sábado, 1 de dezembro de 2012


Todas as manhãs, ao acordar, Gustava tirava da sua mesinha-de-cabeceira um relógio de bolso escondido entre meias. 
De olhos entreabertos, tentava concentrar-se nos ponteiros imóveis na esperança que um segundo o relógio começasse a contar. Um segundo em si roubado à eternidade de um leve instante. Amor.

Passava a noite sentada no seu tapete cor de tijolo lendo, para si, histórias de embalar e de janela aberta, acompanhava a lua, abraçando-a no ponto mais alto da sua mente.

- GUSTAVA! - berrara a sua mãe ao cimo das escadas - Vê lá, se não queres que te vá aí buscar pelas orelhas!

Adormecera mais uma vez. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário